Hoje trazemos uma entrevista com o autor Lucien Gilbert que escreveu o microconto “Verão rubro”. 1. Fale um pouco sobre você: Resido no Rio de Janeiro, tendo passado boa parte da minha infância viajando para os estados de Pernambuco e Minas Gerais, nos quais também morei. Sou graduando em Direito, em grande parte pela minha concepção das palavras serem a força motriz para alteração do mundo. Escrevo desde que me entendo por gente, sendo sempre fascinado por diversos gêneros literários. Sou autor de Do Vermelho ao Azul, Contos Distantes e tenho um conto na antologia Ragnarok, da editora Cartola. Há vários projetos meus que ainda serão publicados, como participações em antologias e obras independentes. 2. Você divulga seu trabalho nas redes sociais? Sim. Por meio do meu Instagram literário (@terras.distantes) e meu Twitter (@lsgilbert). 3. Pensando em inspiração, quem te influencia? Acredito que a quantidade de autores que me influencie é muito grande, mas posso citar alguns: José Mauro de Vasconcelos, Machado de Assis e Pedro Bandeira. Dentre os autores internacionais, Alexandre Dumas, William Shakespeare, Arthur Conan Doyle, Franz Kafka, C. S. Lewis e George R. R. Martin, além de, primariamente, os autores que popularizaram as lendas arturianas. 4. Como surgiu a ideia do microconto? Gosto das ideias de florestas e de mudanças através das estações, então pensei em utilizar um pouco da estética do folk horror para criar um microconto que condensasse estes elementos. 5. Qual foi a maior dificuldade em escrever “Verão rubro”? Realizar um encerramento para o microconto que fosse, simultaneamente, assustador e misterioso. 6. É possível assustar com tão pouco? Sim! Criar um sentimento de suspense prévio e finalizar com um choque é, sem dúvida, uma tarefa mais difícil em 140 caracteres. Mas é possível, sim! Tudo depende da escolha de palavras. 7. Algum conselho para quem está começando a escrever? O que eu aconselharia a alguém que está começando a escrever é nunca parar de ler. Ser escritor é um processo contínuo. Estamos sempre aprendendo novas palavras, expressões e conhecendo novos mundos. A leitura proporciona isso e transborda para a escrita. Um bom escritor é, também, um bom leitor. Verão rubro Lucien Gilbert Ainda não é outono, mas as folhas das árvores já estão vermelhas. A causa é um fluído que cai da chuva: carmim, repulsivo e humano. Pré-venda em: https://www.catarse.me/microdosesdehorror Marcos Ogre que escreveu o microconto “Numa tarde, num jardim”. 1. Fale um pouco sobre você: Oi! Meu nome é Marcos e eu assino meu nome acompanhado de Ogre. Tenho 24 anos e sou estudante de Letras-Espanhol na Universidade Federal de São Paulo. Trabalho com pesquisa, escrita publicitária e ensino de espanhol. Escrevo desde sempre, mas comecei a buscar os meios de publicação no ano passado – e tem dado certo! 2. Você divulga seu trabalho nas redes sociais? Sim! É o melhor meio de atingir novos públicos. Existem várias ferramentas e plataformas que são muito úteis para escritores. 3. Pensando em inspiração, quem te influencia? Sendo bem sincero, tudo inspira. Desde uma cena trivial de carinho na rua, até um filme de horror de baixo orçamento. Mas, claro, eu tenho meus mestres. Adoro horror clássico e sou um grande apaixonado pelo realismo mágico. Imagino que essas duas coisas tenham uma casinha fixa em algum lugar no meu cérebro. Eu não estranharia se houvesse uma sala bem específica dentro do meu crânio dizendo “um pedaço de Juan Rulfo vive aqui”. 4. Como surgiu a ideia do microconto? Queria trabalhar com algo que fosse bem sensorial. No microconto temos pouco espaço, então tudo importa. Um jardim, por si só, já tem uma carga forte de sensações, e provoca no leitor sentimentos bem diversos. O resto veio com alguns minutos de reflexão. 5. Qual foi a maior dificuldade em escrever “Numa tarde, num jardim”? Certamente a extensão. Veja bem, 140 caracteres é um belo de um desafio. Mas eu adoro desafios. O texto teve uma versão inicial de 300 caracteres, porque eu não gosto de limitar o primeiro sopro de vida dos meus contos, então a parte mais complexa foi diminuir a extensão e não perder o impacto. 6. É possível assustar com tão pouco? Certamente. Um susto pode vir de um som repentino, uma visão inesperada. A dificuldade está na criação de uma ambientação e personagens que incorporem os elementos que vão possibilitar esse susto. O microconto é direto, não pode ter rebarbas. Mas, uma vez que se tem muito clara uma proposta, tudo é possível. 7. Algum conselho para quem está começando a escrever? Embora eu esteja engatinhando na publicação, já ando nesse mundo de escrever há uns bons anos. Tudo o que eu tenho a dizer é: escreva. Uma, duas, três vezes, escreva quando quiser, quando der, mesmo que você nem goste do que está escrito. Escrever é um exercício de prática. Ninguém nasce perfeito, o aperfeiçoamento é um processo. E, para que esse processo tenha um bom desempenho, é preciso estimulá-lo. Permita-se escrever algo terrível, permita-se odiar sua própria produção. Mas entenda que, acima de tudo, as coisas feias que você produz são uma baita matéria prima para as belezas que você pode vir a produzir. A lavanda o lembrava dos momentos felizes.
Sentou-se no novo jardim e se perguntou se o corpo abaixo das flores também apreciava o aroma. Numa tarde, num jardim. Marcos Ogre
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