1. Fale um pouco sobre você:
Sou, em linhas gerais, um comunicador. Sou publicitário, mas já trabalhei como jornalista, e no meu tempo livre ainda atuo como professor e, claro, escritor. Isso me dá uma perspectiva muito específica sobre como as pessoas se expressam, e sobre a importância da comunicação em geral. Minhas histórias muitas vezes trabalham não apenas os fatos, mas a percepção das pessoas sobre eles e o modo como são contados. A minha visão de sociedade sempre gira em torno do que as pessoas entendem versus o que as coisas realmente são, então boatos, lendas e enganos sempre são assuntos que gosto muito. O desconhecido e o conhecido, e o que se acha que é desconhecido e conhecido, são muito importantes para mim. 2. Você divulga seu trabalho nas redes sociais? Sim! Minha rede principal é o Twitter (@IamRodrigo), mas estou no Instagram (@rodrigoortiz), TikTok (@rodrigoortizvinholo) e Facebook (rodrigo.vinholo). Não acredito na separação de perfis pessoais e profissionais, então tudo que eu falo acaba misturado de um jeito ou de outro com a minha vida. 3. Pensando em inspiração, quem te influencia? Além do que já falei sobre comunicação, os autores que mais me influenciaram, sem ordem particular, são Machado de Assis, Kurt Vonnegut, Neil Gaiman, Edgar Allan Poe e Gabriel García Márquez. Gosto muito da ficção científica, do terror e do fantástico como meios de explorar a natureza humana, e acredito que, muitas vezes, são essas histórias que melhor falam sobre nós. Falamos do impossível e mágico porque é mais fácil de entendermos do que se olharmos aquilo que está à frente de nossos olhos. 4. Como surgiu a ideia do conto selecionado? Qual foi a maior dificuldade em escrevê-lo? Como sou um profissional de comunicação e trabalho diretamente com internet, estou sempre ligado nas demandas da tecnologia e da sociedade. Sempre tenho que lidar com clientes e com meu próprio conteúdo em relação a algoritmos de redes sociais, e observar o modo como isso afeta as pessoas, e como elas se adaptam a esse tanto, é algo que sempre me deixa pensando, e que me tortura. Junte a isso tendências sociais estranhas como padrões de beleza e outras opressões comportamentais grandes e pequenas da sociedade, mais o conhecimento de que somos mais ignorantes e tendenciosos do que nossa suposta evolução permitiria, e nasce um pesadelo. Se hoje já sofremos com um algoritmo e com nossas expectativas, já imaginou se isso fosse ampliado? Creio que o mais difícil foi trabalhar um protagonista que não se dobrasse a essas tendências que nós aceitamos com tanta facilidade, bem como medir quais seriam as reações plausíveis dos outros. 5. Algum conselho para quem está começando a escrever? Sim: leia! É o conselho mais batido, mas o melhor de todos. Você só vai saber se está se expressando com sua própria voz e se sua ideia é válida se tiver muitas referências. A leitura limitada te dá pouco repertório, e você corre o risco de parecer uma coisa ou outra. Se você lê o suficiente, mesmo que ainda esteja desenvolvendo sua voz, você vai conseguir parecer tantas coisas misturadas que será uma coisa única. Fez sentido? Espero que sim.
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