1 – Fale um pouco sobre você. Me chamo Lucas de Carvalho Gomes, nascido no interior do estado de São Paulo, na cidade de Ilha Solteira. Hoje um graduando em Letras, posso dizer que parte da paixão pela escrita encontra origem no incentivo de meus pais, insistentes em participar de minha formação literária na infância por meio de constante acompanhamento e práticas homeschooling. Quando finalmente me reconheci um leitor autônomo, pude estender os leques de interesse e experimentar o gosto dos livros, até que sentisse suficiente segurança para começar a escrever. 2 – Pensando em inspiração, quem te influencia? Nas telas de meu imaginário, John Milton e H. P. Lovecraft compõem o sólido. Nomes como os de Wolfgang von Goethe, Oscar Wilde, Clive Barker, Stephen King, James Michener, Anton Tchekhov e tantos outros, vêm e ornamentam as pinceladas ao quadro. Não limitaria, porém. Assim como poderia listar outros literatos, prezo por mencionar consagrados muitas vezes conflitantes entre si, como Eric Voegelin, Alexis de Tocqueville, Sigmund Freud e Friedrich Nietzsche, distantes da produção ficcional, mas intrínsecos da realização das personalidades humanas no texto. De forma mesma, os escritos biográficos, relatos de história e viagens, tratados de biologia e filosofia, e tudo quanto possa somar à construção da essência das estórias a serem contadas. 3 – Como surgiu a ideia do conto selecionado? Qual foi a maior dificuldade em escrevê-lo? Ambos os contos selecionados encontram eco profundo na estética lovecraftiana, adequada espacial e temporalmente para atender aos critérios e premissas das estórias. O biologismo enquanto ideologia de narrativa foi um dos grandes propulsores das ideias centrais dos textos, ambientações de escalada que culminam na supressão daquilo que é genuinamente humano, em favor de resultados biológicos situados em um “pós-homem”, produto do cientificismo exacerbado. O processo de escrita foi agradável, a única dificuldade esteve em aceitar o momento de encerrar as estórias. 4 – Algum conselho para quem está começando a escrever? Dos conselhos possíveis, o maior de todos é que se tome a sério a atividade da escrita, empregando de compromisso e dedicação que correspondam àquilo que se almeja alcançar. Respeite a escrita e ela te respeitará. Há matrimônio. Seja fiel aos votos de casamento, esforçando-se dia a dia, para, no ‘hoje’, ser melhor do que ontem. Dedique-se. Esforce. Faça mais. Abdique do supérfluo se necessário, como fazemos por aqueles que amamos. Busque a excelência de si, não se pautando pela relação dos outros com a caneta. Realize-se no texto. Tenha prazer no que faz. E se se ama escrever, não se cobra retorno ou ganho, faz-se por encontrar satisfação na plena companhia do objeto amado.
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