QUAL A IMPORTÂNCIA DO BIOPUNK PARA A FICÇÃO CIENTÍFICA?
Está em pré-venda no Catarse o segundo volume da antologia BIOPUNK, mas qual a importância desse subgênero para a FC? Convidamos os autores para responder! A diversidade de temas é importante para o público em geral. Quanto maior a quantidade de conhecimento, melhor. O Biopunk é essencial para quem não conhece ainda este tipo de narrativa e mostra as possibilidades, as realidades, os desastres, os personagens e as mensagens de alerta pronunciadas pelos profetas do apocalipse, seriam eles loucos ou visionários? — Emerson Monteiro O biopunk é uma ferramenta adicional para explorarmos os futuros distópicos, trazendo outro ponto de vista com grande potencial de exploração. Ele dá um novo fôlego para a ficção científica ao nos fornecer uma alternativa crível ao tema de dominação das máquinas. — Maykel dos Santos Braz O Biopunk é uma vertente para mostrar o quão longe o ser humano está disposto a manipular a sua realidade e seus semelhantes em nome da ciência e da prosperidade, ou mesmo dos seus próprios ideais. Essas intervenções que vem de governos autoritários ou empresas poderosas, oprimem aqueles em condições desfavoráveis, na maioria das vezes, tem consequências inesperadas, colocando não só um grupo de pessoas em risco, como toda população e até o próprio planeta. — Sorihel Aguirre Por ser um gênero que explora onde explora um futuro onde há a mistura do biológico com o tecnológico, diferente um pouco dos outros gêneros do punk, o biopunk é o que nós podemos estar mais perto de chegar. — Nícolas Maurício A ficção científica é utilizada para pensar em possibilidades de uma realidade possível… É diferente da fantasia e da aventura, que criam cenários quase impossíveis para uma pessoa comum, né? Mas na FC nós temos essa chance de refletir questões que nos abordam – a tecnologia, o meio ambiente, o ser humano em cenários distópicos. Claro que muitas das realidades representadas na FC parecem longe do nosso dia a dia, mas sempre tem um ponto ao qual podemos nos relacionar. E no biopunk isso é intensificado. O biopunk, por ter mais foco na relação entre o ser humano e a evolução tecnológica, se torna capaz de aprofundar as reflexões sobre problemas ambientais, sobre as nossas visões dos nossos corpos, sobre a ética e sobre a nossa relação com a natureza. Em tempos de diversos problemas ambientais e de falta de consciência do outro (ser humano ou natureza), o biopunk é uma vertente da FC muito útil para nos conscientizar sobre os nossos erros. — Leonardo Torre O biopunk apresenta uma maneira bem relevante de se discutir assuntos relacionados à bioética que vão desde coisas mais "simples" como o controle de sementes transgênica e os royalties relacionados ao seu uso até mesmo aspectos mais complicados como melhoramento genético humano, prolongamento da vida e criação de condições artificiais de existência. De Gattaca a Jurassic Park, todos esses elementos biopunks vão apresentando discussões em vários âmbitos da vida para que assim se construa uma visão mais ética desta. — Gutenberg Löwe Acredito que o Biopunk, assim como todos os gêneros derivados de "punk", nos faz questionar o que pode acontecer se tecnologias inovadoras forem usadas de formas indevidas, alterando nosso rumo em direção distopia futurista, extrapolando problemas do presente. Existem muitas coisas que podem ser categorizadas como Biopunk que muitas pessoas nem sabem, como Resident Evil, por exemplo (zumbis biopunk). Também cito Schismatrix Plus, de Bruce Sterling: Uma Space Opera interplanetárias em que uma sociedade Biopunk (Shapers) luta contra uma sociedade Cyberpunk (Mechanists), mas, estranhamente, os Shapers parecem mais próximos da utopia: Eles são belos, sábios e longevos, apesar de sua sociedade também ter um lado sombrio. As distopias costumam extrapolar as ansiedades do presente para um futuro terrível, e o Biopunk não é diferente: Temos medo de modificações genéticas, clonagem, drogas, overdoses, modificações corpóreas, empresas farmacêuticas... Ao mesmo tempo que temos fascínio por esses temas. — Gabriel Romero Ricardo
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